Festa ou comemoração, a palavra aniversário tem a sua origem no latim, significando um evento que se repete todos os anos… cíclico.
No momento, a celebração de um ciclo passado ou de um novo ciclo deve-se apenas à perceção de cada um. Encaramos, então, como uma etapa ultrapassada ou como a abertura a um período vindouro?
A forma como entendemos qualquer tipo de evento apenas depende dos algoritmos de entendimento internos de cada um. Ao que foi doutrinado e se optou por tomar como verdade pessoal, além da sua mais profunda, interna. E essa poderá ser a grande diferença entre o fluir de emoções de dor ou satisfação.
O Ser apresenta constantemente a tendência de se colocar em processos mentais de revivalismo de memórias, o que o remete a uma posição de encarceramento face ao passado, ou antecipação de experiências futuras, o que o induz a uma deambulação e criação de cenários irrealistas, resultando em perdas energéticas sucessivas.
Sabe-se que a existência é regida por ciclos, sendo o mais comum o da regeneração do corpo que nos sustém, que ao fim de sete anos de vida não apresenta a mais pequena célula do passado.
Então para quê as prisões e deambulações? É certo o mais permanente da vida se é exatamente a impermanência. Porquê então não abandonar os grilhões da mente que ocupa o cérebro e vivermos no momento presente, do agora?
Algo, cada vez mais, necessário, a gratidão e acolhimento de todos os instantes que se desenrolam. Quantas vezes não olhámos para uma situação a quente, imaginando o fim do mundo, para tempos mais tarde repararmos que foram as bênçãos que nos trouxeram ao ponto em que nos encontramos?
O ciclo servirá para o Ser obter a sua análise de realizações e, no percurso da existência, como um sábio artesão, limar as arestas até alcançar a sua prima obra.
Celebre-se então, permanentemente, o momento e atrevamo-nos a encerrar ciclos passados, para uma maior preparação do agora, rumo à criação consciente e intencional do que há por vir.
Quando a causa maior de respirar é reconhecida, o Ser embarca por uma diáspora em que se aventura no desconhecido com uma confiança ímpar que só lhe traz bem-aventuranças.
Liberta e permite largar as etapas que não mais te servem. Celebra-te não uma vez por ano, mas sim diariamente, pois cada acordar é um renascimento. Ousa desprender-te dos condicionamentos, abre-te a um mundo de maravilhosas possibilidades e atreve-te a ser sempre feliz.